Blog do Daka

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Ventusky – A Previsão do Tempo Interativa do Mundo Inteiro

Por Leonardo Amaral (www.updateordie.com)

Esqueça a previsão do tempo do jornal na tv!

O VentuSky é resultado do monitoramento da empresa de meteorologia tcheca InMeteo, que analisa em intervalos bem curtos de tempo algumas variáveis ao redor do mundo.

O mais legal: o mapa apresenta movimentações de ar animadas, como uma pintura de Van Gogh em movimento. Parece menos a previsão do tempo e mais alguma experiência de imersão na obra do artista.

Além da temperatura, há a precipitação, velocidade dos ventos, pressão do ar, velocidade dos ventos, presença de nuvens e até mesmo a altitude em que a temperatura atinge 0˚C.

O Brasil como está? Com mais ou menos 15˚C no Sul e 30˚C no Norte.

ventusky_brasil

Para, comparar, nesse mapa de temperaturas, esse é o deserto do Sahara (a escala não está aparecendo nessa imagem, mas essa cor predominante é em torno de 40˚C a 50˚C).

ventusky_africa

Mas e a incidência de neve na América do Sul? Bem… em volume expressivo que possa ser captado, só no sul dos Andes.

ventusky_americadosul

É um mapa interativo bem interessante de ser percorrido e, de vez em quando, até serve para saber como anda a situação em algum lugar específico.

Abraços

Dakir Larara


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Metsul faz advertência por chuva extrema e tempo severo no Sul do Brasil

Por Professor Eugênio Hackbart, METSUL – http://www.metsul.com

A MetSul Meteorologia adverte sobre um cenário de alto risco aqui no Sul do Brasil nos próximos dias com temporais e chuva extrema em algumas regiões. A instabilidade voltou a ser intensa nas últimas horas sobre pontos dos estados de Santa Catarina e do Paraná com a formação rápida de um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala) e se manterá na parte meridional do Brasil, pelo menos, até a metade da semana que vem com alguns intervalos de melhoria. Há modelos numéricos globais indicando que o tempo poderia firmar no decorrer da terça-feira no Rio Grande do Sul, mas outros projetam chuva até a próxima quinta-feira na Metade Norte gaúcha por conta de frente semi-estacionária entre o Norte/Nordeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Oeste do Paraná. Volumes extremos a extraordinários de chuva são esperados no períodos dos próximos cinco a sete dias em parte do Sul do Brasil. Os mapas abaixo trazem a projeção de chuva para uma semana do modelo Brasileiro Cosmos/Inmet que está em pleno acordo com as projeções de outros modelos internacionais, exceto o do norte-americano GFS que concentra a chuva mais extrema quase totalmente no Paraná.

No caso aqui do Rio Grande do Sul, preocupa muito o cenário indicados pelos modelos de chuva excessiva na divisa com Santa Catarina, exatamente na bacia do Rio Uruguai. Modelo europeu projeta 200 mm a 300 mm em 7 dias no Médio e Alto Uruguai. Outros modelos prevêem 100 a 200 mm. Alguns dos modelos consultados não limitam a chuva excessiva à divisa com Santa Catarina, mas projetam também a possibilidade de áreas mais ao Sul da Metade Norte como a Serra, os vales e a Grande Porto Alegre, também terem muita chuva. Por isso, outros rios que cortam a Metade Norte, além do Rio Uruguai, igualmente exigirão atenção ante a possibilidade de cheias. No caso do Uruguai, o quadro é de muito alto risco e mesmo uma cheia de maiores proporções não pode ser afastada. A situação exige muita atenção ainda em Santa Catarina, especialmente no Meio-Oeste e o Oeste, e no Paraná. Estas regiões igualmente devem ter chuva extrema. Modelo europeu chega a projetar 300 mm a 400 mm para o Sudoeste do Paraná, nas áreas de Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Medianeira e outras cidades). Crucial, entretanto, não se fixar em projeções nominais de volumes ante a grande variabilidade natural da chuva, mas na perspectiva de precipitações excessivas e muito acima da média. Atente abaixo no mapa para as impressionantes anomalias de chuva nos próximos dias no Sul do Brasil, com base na projeção do modelo GFS. Além de cheias de rios, podem ser esperados problemas como alagamentos, inundações, queda de barreiras e possivelmente bloqueios de algumas rodovias. Áreas de encostas exigirão monitoramento ante a ameaça elevada de deslizamentos de terra.

Corrente de jato (vento) em baixos níveis trará ar quente e vai gerar risco de temporais de vento forte e granizo no Sul do Brasil. O “jato” atua mais sobre os territórios paranaense e catarinense no fim de semana e na segunda se reforça muito sobre o Sul do Brasil, e vai atingir o Rio Grande do Sul. Advertimos que alguns temporais no período podem ser até localmente intensos a severos com estragos. Esse é desenho atmosférico comum em eventos tornádicos de inverno. O risco é maior de tempo severo amanhã e domingo em Santa Catarina e no Paraná, mas não são afastados temporais isolados na Metade Norte gaúcha. Em geral, aqui no Rio Grande do Sul o dia de maior risco de tempestades é na segunda-feira, especialmente concentrado sobre a Metade Norte.

Fonte: http://www.metsul.com


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Como e por que foi feito o primeiro recenseamento de nuvens do Brasil?

Censo de nuvens

Para conseguir prever com precisão eventos extremos, como tempestades, ou simular cenários de impactos das mudanças climáticas, é preciso avançar no conhecimento dos processos físicos que ocorrem no interior das nuvens e descobrir a variação de fatores como o tamanho das gotas de chuva, a proporção das camadas de água e de gelo e o funcionamento das descargas elétricas.

As regiões escolhidas para a pesquisa de campo representam os diferentes regimes de precipitação existentes no Brasil. [Imagem: Luiz A. T. Machado et al. – 10.1175/BAMS-D-13-00084.1]

Este é um dos objetivos de uma equipe de pesquisadores de várias universidades brasileiras e estrangeiras reunidos no “Projeto Chuva”, que realizaram uma série de campanhas para coleta de dados em seis cidades brasileiras – Alcântara (MA), Fortaleza (CE), Belém (PA), São José dos Campos (SP), Santa Maria (RS) e Manaus (AM).

As regiões escolhidas para a pesquisa de campo representam os diferentes regimes de precipitação existentes no Brasil. “É importante fazer essa caracterização regional para que os modelos matemáticos possam fazer previsões em alta resolução, ou seja, em escala de poucos quilômetros,” disse Luiz Augusto Toledo Machado, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Nuvens sem gelo

Para que as medições pudessem ser comparadas usadas como parâmetros nos modelos computacionais, foi utilizado um conjunto comum de instrumentos, incluindo radares de nuvens de dupla polarização.

O radar de dupla polarização, em conjunto com outros instrumentos, envia ondas horizontais e verticais que, por reflexão, indicam o formato dos cristais de gelo e das gotas de chuva, ajudando a elucidar a composição das nuvens e os mecanismos de formação e intensificação das descargas elétricas durante as tempestades. Também foram coletados dados como temperatura, umidade e composição de aerossóis.

Experimentos adicionais específicos foram realizados em cada uma das seis cidades. No caso de Alcântara, o experimento teve como foco o desenvolvimento de algoritmos de estimativa de precipitação para o satélite internacional GPM (Global Precipitation Measurement), lançado em fevereiro de 2014 pela NASA e pela JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial).

“Naquela região, o grande desafio é conseguir estimar a precipitação das chamadas nuvens quentes, que não têm cristais de gelo em seu interior. Elas são comuns na região do semiárido nordestino,” explicou Machado.

Por não abrigarem gelo, a chuva dessas nuvens passa despercebida pelos sensores de micro-ondas que equipam os satélites usados normalmente para medir a precipitação, resultando em dados imprecisos. As medições de nuvens quentes feitas por radar em Alcântara, comparadas com as medições feitas por satélite, indicaram que os valores de volume de água estavam subestimados em mais de 50%.

Instrumentos utilizados no censo das nuvens. Em cima: radar, radiômetro de micro-ondas e LIDAR (“radar de laser”). Embaixo: dois pares de disdrômetros e radar de chuva. [Imagem: Projeto Chuva]

SOS Chuva

Em Fortaleza foi testado um sistema de previsão de tempestades em tempo real e de acesso aberto chamado Sistema de Observação de Tempo Severo (SOS Chuva).

“Usamos os dados que estavam sendo coletados pelos radares e os colocamos em tempo real dentro de um sistema de informações geográficas. Dessa forma, é possível fazer previsões para as próximas duas horas. E saber onde chove forte no momento, onde tem relâmpago e como a situação vai se modificar em 20 ou 30 minutos. Também acrescentamos um mapa de alagamento, que permite prever as regiões que podem ficar alagadas caso a água suba um metro, por exemplo,” contou Machado.

Em Belém os pesquisadores usaram uma rede de instrumentos de GPS para estimar a quantidade de água na atmosfera. Também foram lançados balões meteorológicos capazes de voar durante 10 horas e coletar dados da atmosfera. “O objetivo era entender o fluxo de vapor d’água que vem do Oceano Atlântico que forma a chuva na Amazônia,” contou Machado.

Relâmpagos

Na campanha de São José dos Campos, o foco era estudar os relâmpagos e a eletricidade atmosférica. Para isso, foi utilizado um conjunto de redes de detecção de descargas elétricas em parceria com a Agência de Pesquisas Oceânicas e Atmosféricas (NOAA), dos Estados Unidos, e a Agência Européia de Satélites Meteorológicos (Eumetsat).

“Foram coletados dados para desenvolver os algoritmos dos sensores de descarga elétrica dos satélites geoestacionários de terceira geração, que ainda serão lançados pela NOAA e pela Eumetsat nesta década. Outro objetivo era entender como a nuvem vai se modificando antes que ocorra a primeira descarga elétrica, de forma a prever a ocorrência de raios,” contou Machado.

Tempestades mais severas do mundo

Em Santa Maria, em parceria com pesquisadores argentinos, foram testados modelos matemáticos de previsão de eventos extremos. Segundo Machado, a região que abrange o sul do Brasil e o norte da Argentina que ocorrem as tempestades mais severas do mundo.

“Os resultados mostraram que os modelos ainda não são precisos o suficiente para prever com eficácia a ocorrência desses eventos extremos. Em 2017, faremos um novo experimento semelhante, chamado Relâmpago, no norte da Argentina”, contou Machado.

“Foi o primeiro recenseamento de nuvens feito no Brasil. Essas informações servirão de base para testar e desenvolver modelos capazes de descrever em detalhes a formação de nuvens, com alta resolução espacial e temporal”, concluiu o pesquisador.

Bibliografia:
The Chuva Project: How Does Convection Vary across Brazil?
Luiz A. T. Machado, Maria A. F. Silva Dias, Carlos Morales, Gilberto Fisch, Daniel Vila, Rachel Albrecht, Steven J. Goodman, Alan J. P. Calheiros, Thiago Biscaro, Christian Kummerow, Julia Cohen, David Fitzjarrald, Ernani L. Nascimento, Meiry S. Sakamoto, Christopher Cunningham, Jean-Pierre Chaboureau, Walter A. Petersen, David K. Adams, Luca Baldini, Carlos F. Angelis, Luiz F. Sapucci, Paola Salio, Henrique M. J. Barbosa, Eduardo Landulfo, Rodrigo A. F. Souza, Richard J. Blakeslee, Jeffrey Bailey, Saulo Freitas, Wagner F. A. Lima, Ali Tokay
Bulletin of the American Meteorological Society
Vol.: 95, Issue 9
DOI: 10.1175/BAMS-D-13-00084.1

Abraços e beijos!

Dakir Larara


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Semana marca transição para inverno climático com mais chuva e frio – Via Metsul

Via Metsul

Por Luis Fernando Nacthigall

Várias cidades do Sul e do Leste do Rio Grande do Sul tiveram nesta segunda-feira (19) a madrugada mais fria do ano até agora. Caso de Porto Alegre que amanheceu com 8,9ºC na estação do Sistema Metroclima do Lami (zona Sul) e 9,2ºC na Lomba do Pinheiro (zona Leste). Menor marca do ano também em Pelotas que teve 5,5ºC na madrugada no Cpmet/Ufpel. As menores marcas nesta segunda, como esperado, se deram no Sul, já que o ar frio tem limitada atuação na Metade Norte do Estado, onde se encontram as áreas de maior altitude e, logo, mais propícias às menores mínimas do território gaúcho.

Mais chuva. Mais frio. Esta é a síntese do padrão que gradualmente começa a se instalar no Estado a partir desta semana, marcando a transição para o inverno climático. Apenas em 21 de junho tem início oficialmente o inverno, mas, na prática, ele começa todos os anos antes. Tanto que junho, que tem 20 dias seus astronomicamente no outono, possui as menores médias históricas de temperatura na climatologia anual de Porto Alegre. Dentro deste novo padrão atmosférico, o Rio Grande do Sul começa a semana sob influência de uma massa de ar frio e terminará a semana sob impacto de outra e que se desenha mais forte que a atual. No final do mês há a possibilidade de outra incursão de ar polar. O que chama atenção são os indicativos de alguns modelos climáticos que têm tendências de mais longo prazo, apontando uma primeira metade junho com fortes incursões de ar polar. E vem também água. Os episódios de chuva no Estado (alguns significativos) tendem a aumentar a partir de agora e já nesta semana se poderá constatar com um evento de instabilidade de quarta ao começo da sexta-feira e mais intenso na quinta que pode trazer volumes altos de chuva para parte do Rio Grande do Sul e risco de granizo localizado.

Abraços

Dakir Larara


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MetSul alerta que uma forte onda de calor marcará a semana no Estado e no Cone Sul

Segundo Luiz Fernando Nacthigall, membro da equipe MetSul Meteorologia, o tempo nesta semana no RS e no Cone Sul será caracterizado por ingresso de ar quente de origem tropical e, consequentemente, marcado pela primeira onda de calor do ano de 2013.

Confira na íntegra o excelente post do meteorologista Nachtigall:

“Foi um domingo de profunda tristeza, como será esta segunda-feira e toda esta semana, em consequência da tragédia de impossível assimilação em Santa Maria. Jornadas que nós gaúchos jamais vamos esquecer pela consternação e o sofrimento de quem viu seus filhos, irmãos, netos e amigos irem para uma festa para jamais retornar em desperdício incompreensível de vidas e de futuro. O 27 de janeiro de 2013 foi muito diferente também no tempo. Numa época em que deveria estar fazendo intenso calor, o Estado amanheceu com frio atípico. Como resultado do céu claro, vento calmo e do ar seco, as mínimas se deram em áreas de baixada. Caso do Parque do Caracol, em Canela, que teve só 6,2ºC. Em Santa Rosa, no Noroeste, o ar bastante seco trouxe mínima na estação de baixada da cidade de apenas 8ºC na madrugada e máxima de 34,6ºC, variação superior a 25ºC. No sábado, já tinha feito frio no Rio Grande do Sul com marcas de um dígito na Metade Sul e fronteira com o Uruguai. A menor marca do sábado foi na estação da MetSul em Morro Redondo, no Sul gaúcho.

A mínima oficial do domingo em Porto Alegre, no Jardim Botânico, foi a terceira menor dos últimos 50 anos na cidade no mês de janeiro com apenas 12,3ºC, conforme pesquisa realizada pela MetSul na base de dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Em 19 de janeiro de 1990 fez 12,1ºC e em 2 de janeiro de 1975 a mínima foi de 11,4ºC. Os dados da base do Inmet apontam um registro de 11,1ºC em 30 de janeiro de 1974, porém não tomamos este dado como válido. Primeiro, porque esta marca não aparece como extremo da série 1961-1990 e no mesmo dia outra estações do Estado, inclusive próximas de Porto Alegre, registraram marcas bem mais altas.

Ar mais quente já começou a ingressar no Estado ontem pelo Oeste e o Norte, trazendo tarde de máximas bem mais altas que a do agradável sábado. O ar quente será bastante reforçado ao longo da semana, o que levará à primeira onda de calor de 2013 no Rio Grande do Sul com temperatura mito alta nos próximos dias, sobretudo na segunda metade da semana. As máximas poderão atingir valores ao redor dos 40ºC no Centro e no Oeste do Estado, inclusive na região de Porto Alegre. No final desta semana, a atmosfera se instabiliza com a aproximação de uma frente fria, o que provavelmente resultará em temporais isolados, alguns fortes, na Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. A semana será tórrida também na Argentina, onde o calor será ainda mais extremo, possivelmente com marcas de 43ºC a 45ºC em algumas províncias e de até 40ºC na região de Buenos Aires.”

Fonte: www.metsul.com/blog2012/

Abraços

Dakir Larara


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Segundo MetSul Meteorologia, semana que se inicia pode ser complicada para o RS!

Leiam na íntegra o excelente post do mestre Eugênio Hackbart sobre o que pode nos esperar, no que diz respeito às condições do tempo atmosférico, para esta semana no RS.

Semana promete ser muito complicada com nova onda de temporais

Por: Professor Eugenio Hackbart

Massa de ar muito quente cobre o Rio Grande do Sul e foi responsável neste domingo por máxima superior a 37ºC na zona Norte de Porto Alegre. Áreas de instabilidade formadas pelo calor e a umidade atuaram desde a madrugada no Centro da Argentina e trouxeram temporais com queda de árvores para o Norte da Grande Buenos Aires. No decorrer do dia a instabilidade intensa avançou pelas províncias argentinas de Santa Fé e Entre Rios, além do Oeste do Uruguai, com chuva intensa e vendavais, e atinge o Sudoste gaúcho na noite deste domingo.

Imagem de satélite em alta resolução mostrando a forte instabilidade na manhã de hoje no Centro da Argentina e fotos de queda de árvores em Buenos Aires (Reprodução/TN) e de temporal em Toledo, Canelones, no Uruguai (via Twitter da MetSul)

Recém no sábado a CEEE disse ter normalizado a sua rede após os graves danos dos temporais da noite de segunda-feira e da madrugada de terça no Rio Grande do Sul e nova ameaça paira no horizonte para as concessionárias do setor elétrico. Quem pensa que a “cota” de temporais de dezembro chegou ao fim na semana passada que não se engane. As empresas de energia e a Defesa Civil no Rio Grande do Sul ainda vão ter muito trabalho até o dia 31. A semana que começa promete ser uma das mais ativas em tempo severo no Cone Sul da América do Sul nos tempos recentes e o padrão favorável a tempestades pode prosseguir ainda na última semana de 2012. Esta segunda metade de dezembro, assim, promete ser período de altíssimo risco com frequência altíssima de temporais na Argentina, Uruguai, Paraguai, além do Sul e Sudeste do Brasil. Toda a região estará sob influência de ar quente e úmido, logo instável, e ainda são esperadas várias áreas de baixa pressão, o que acentuará ainda mais a instabilidade. A pressão atmosférica deve cair abaixo de 1000 hPa, principalmente entre quarta e quinta, piorando o quadro de tempo severo. Modelos indicam altas taxas de instabilidade atmosférica até quinta, o que significa sequência de quatro dias com alto risco de temporais. Chama atenção na análise dos modelos como as taxas de instabilidade já serão altas já de manhã de segunda até quarta no Rio Grande do Sul, sinal de que as nuvens carregadas podem se formar mais cedo e não apenas da tarde para a noite.

Projeção do modelo americano GFS (saída das 12Z de hoje) de precipitação e os índices de instabilidade CAPE – Convective Available Potential Energy – Energia Potencial Convectiva Disponível (acima de 2000 é muito alto) e Lifted (valores negativos indicam maior instabilidade) para Porto Alegre (esquerda) e Uruguaiana (direita)

Os próximos dias não deixarão dúvida sobre este padrão de tempestades. O começo desta semana (segunda e terça) terá risco de temporais isolados no Rio Grande do Sul por conta da combinação de calor e o ingresso de ar úmido e instável, mas será a segunda metade da semana (19-22/12) que promete trazer condições de elevado risco com excessivos volumes de chuva em parte do Estado, granizo e vendavais. Neste período, espera-se a atuação de uma profunda área de baixa pressão atmosférica que será seguida de frente fria com possibilidade de temporais em grande parte do Cone Sul. Este sistema frontal vai atuar no Rio Grande do Sul entre quinta e sexta, mas especialmente na sexta, quando a chuva deve ser mais generalizada e volumosa com potencial de grandes acumulados em algumas localidades, o que pode trazer alagamentos.  Nestes dois dias ainda haverá risco de temporais no Estado, especialmente na quinta-feira.

Previsão do índice K do Modelo da Marinha dos Estados Unidos para a madrugada de quinta (esquerda) e de sexta (direita). O índice de instabilidade K, pela sua equação, é indicador melhor do risco de chuva forte que o de temporais. Valores acima de 40 são muito altos e acompanham o sistema frontal que vai avançar pelo Uruguai e o Sul do Brasil entre quinta e sexta-feira.

Uma projeção dos modelos que preocupa é a sinalização de uma intensa corrente de jato em baixos níveis da atmosfera que, pelos dados de hoje, ingressaria a partir do Oeste do Rio Grande do Sul na segunda metade da quarta-feira, acompanhando a intensificação da área de baixa pressão. Entre a madrugada e a manhã de quinta, este jato de baixos níveis atuaria com muita força sobre o Rio Grande do Sul (mapas abaixo), o que permite se cogitar do risco alto de temporais fortes a severos durante este intervalo da segunda metade da quarta até a primeira metade da quinta. Pela configuração do “jato” há a ameaça de vendavais, alguns fortes a intensos.

Tempestades localmente muito severas e com alto potencial de danos são possíveis nesta semana não apenas aqui no Rio Grande do Sul, mas também nos países vizinhos como Argentina e Uruguai. Eventos extremos como “turbonadas” ou mesmo atividade tornádica devem tornar a ocorrer no Cone Sul, porém é impossível determinar quais localidades poderiam ser afetadas, exceto em curtíssimo prazo (nowcasting). O Centro-Norte da Argentina e o Uruguai têm risco de tormentas, fortes a muito intensas, até quinta-feira. Quarta pode ser uma das jornadas de maior instabilidade na região do Prata. Tanto Montevidéu como a cidade de Buenos Aires estarão sujeitas até a metade da semana a temporais com altos volumes de chuva em curtos períodos.

Fonte: http://www.metsul.com/blog2012/

Abraços

Dakir Larara


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Instabilidade antecede a chegada de forte ar polar no RS

É brincadeira… Toc, Toc… Quem é??? É o frio????

Abraços

Dakir Larara


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Frio… Muito frio nos próximos dias!!

Olhem essa… É brincadeira ou querem mais!?!?!?

Abraços

Dakir Larara


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Ar quente antecede volta da chuva que pode ser intensa aqui no RS

Excelente reportagem da MetSul Meteorologia. Vale a pena conferir!!!


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Yes!!! Nós temos Ciclones Tropicais. Muito prazer… Arani.

Sim, meus caros leitores!! O Ciclone Tropical Arani, um sistema raro, fez história ao se formar na costa brasileira. A cobertura da mídia de um evento desta relevância foi ridícula, para não dizer pífia. A MetSul Meteorologia e sua equipe fez intensa cobertura do evento em seu site, nos fornecendo informações atualizadas de altíssima qualidade e servindo de referência para o órgão federal responsável sobre a meteorologia no Brasil, o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

De qualquer forma, não é todo dia que se vê a imagem acima. Trata-se do mapa de monitoramento feito pela NASA de ciclones tropicais no mundo. No Atlântico Sul, aparece Arani como um ciclone tropical ativo. O fato do sistema passar a figurar como ativo no sistema da NASA significa que devemos receber imagens espetaculares do ciclone Arani geradas pela agência espacial americano nos próximos dias.

Ainda sobre a cobertura midiática, o site do jornal O Globo publicou, no dia 15/03 – às 17h e 42min,  uma nota em que dá conta da formação de um furacão na costa brasileira. A MetSul Meteorologia considerou de estrema importância esclarecer que o sistema na costa brasileira não apresenta ainda tais características (ciclone tropical com vento sustentado acima de 120km/h). Nenhum órgão internacional considera agora que exista um furacão no litoral do Brasil. O jornal informa também se tratar de um “furacão com características híbridas”, entretanto tal fenômeno simplesmente não existe. Furacões são ciclones tropicais puros e sistemas subtropicais sim é que registram características híbridas. A tempestade tropical Arani, ademais, não surgiu a partir de um ciclone extratropical que provocou tempestades no Sudeste e na Bahia, afinal sistemas de natureza extratropical, como o próprio nome diz, ocorrem fora dos trópicos, o que não é o caso do Sul da Bahia. O único ciclone extratropical relevante nos últimos dias na América do Sul atuou a Leste da província de Buenos Aires. O que havia na costa capixaba e gerou a chuva intensa na região era uma área de baixa pressão que veio a dar origem a tempestade tropical Arani entre ontem e hoje. Finalmente, o sistema neste momento na costa brasileira em nada difere daqueles que atuam no Caribe, sendo sim independente e não estando associado a nenhum sistema frontal.

Vejam a nota abaixo e os absurdos nela escritos. Profundamentamente lamentável a confusão e desinformação sobre o assunto.

Resumo da ópera: é preciso avançar muito nesta temática, tanto a mídia e, sobretudo, os órgãos responsáveis pelo tempo e clima do nosso país.

Fonte: MetSul