Blog do Daka

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RS completa 20 dias com temperatura negativa no ano

Via www.metsul.com

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O Rio Grande do Sul teve nesta quarta-feira o 20º dia do ano com registro de temperatura negativa e o segundo neste mês de agosto. Hoje, as mínimas foram mais altas na quase totalidade dos municípios do Rio Grande do Sul pelo ingresso de ar quente de Norte e a presença de vento na madrugada. A exceção ficou por conta de São José dos Ausentes que teve mínima de 3,2ºC abaixo de zero. Isso porque o ar que estava extremamente seco na região com umidade na casa dos 20% ao amanhecer e que chegou a 13% no final da manhã. Por isso, as variações de temperatura entre microclimas locais foram enormes. A estação de Ausentes do Instituto Nacional de Meteorologia, que está instalada sobre um morro, logo com influência do vento trazendo ar mais quente, registrava às 7h da manhã 8,1ºC. No mesmo horário, outra estação meteorológica em Ausentes, em ponto mais baixo no interior do município, tinha 2,1ºC abaixo de zero. Diferença de 10,2ºC.

A quinta-feira deve ter até a presença de sol e nuvens em parte do dia no Centro e Norte do Estado, mas uma frente fria que traz chuva ainda cedo para o Sul e o Oeste provoca aumento de nebulosidade da tarde para a noite com chuva no Centro do Estado e pontos da Metade Norte. Cidades mais ao Norte, próximas da divisa com Santa Catarina, têm menor probabilidade de chuva na quinta. Com tempo ainda mais aberto, a Metade Norte terá um dia ameno enquanto na Metade Sul a temperatura se eleva menos em pela instabilidade, esperando-se queda de temperatura e frio do Centro para o Sul gaúcho no final do dia.


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Aquecimento do planeta estabilizado depois de mais um ano quente

Segue na íntegra o excelente post do amigo e membro da equipe da MetSul Meteorologia, Alexandre Aguiar. Vale a pena ler, pois o conteúdo é de primeira.

Por Alexandre Aguiar

NOAA (agência de Meteorologia do governo americano) e NASA divulgaram ontem os balanços climáticos de 2012. Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, 2012 foi o nono ano mais quente desde 1880. Com exceção de 1998, a NASA destaca que todos os nove anos mais quentes ocorreram desde 2000 com 2010 e 2005 no topo. A agência analisa que 2012 teve média no planeta de 14,6ºC, 0,55ºC mais quente que a média 1951-1980 com aquecimento global de 0,8ºC desde 1880.

Comparação da temperatura média 2008-2012 no planeta com a temperatura média 1951-1980 (NASA)

Conforme o comunicado de cientistas da NASA, a temperatura média global móvel de cinco anos tem se mantido estável por uma década, o que segundo eles é interpretado como uma combinação de variabilidade natural e uma diminuição da taxa de crescimento do conjunto de forçantes climáticas. Ainda segundo a NASA, 2012 praticamente teve a mesma temperatura média global de 2011, mas bem inferior a de 2010. “As variações de curto prazo estão associadas principalmente às oscilações provocadas pela variação natural da temperatura do Oceano Pacífico”, diz o comunicado.

Variação da temperatura global 1880-2012 com indicativo da média móvel de 5 anos e das ocorrências de El Niño/La Niña e ainda das grandes erupções vulcânicas no período (NASA)

Variação da temperatura global 1996-2010 (NASA)

Já para o NOAA, 2012 foi o décimo ano mais quente desde 1880. A média anual global  foi 0,57ºC mais alta que a do século 20 de 13,9ºC. Conforme o NOAA, 2012 foi o 36º ano seguido com temperatura anual acima da média no planeta. Todos os doze anos deste século (2001-2012) estão no ranking dos 14 mais quentes da série de 133 anos e que é encabeçado por 2010 com anomalia de 0,66ºC. Só 1998 no século 20 teve temperatura maior que 2012. NOAA ressaltou que o planeta esquentou 0,06ºC por década desde 1880, mas 0,16ºC por década desde 1970.

Separadamente, a temperatura da superfície de terra em 2012 foi 0,90ºC mais quente que a média do século 20 de 8,5ºC, a sétima maior anomalia já registrada. O fenômeno La Niña se fez presente no começo de 2012, mas se dissipou no outono do Hemisfério Sul, sendo substituído por condições de neutralidade do Pacífico. Quando comparado a anos prévios com presença do La Niña, 2012 foi o mais quente até hoje observado, segundo o NOAA, batendo 2011. A temperatura média global dos oceanos foi 0,45ºC superior à média do século 20, a décima mais alta até hoje pela série do NOAA. Os três anos mais quentes nos oceanos, de acordo com a agência americana, foram 1998, 2003 e 2010, todos de El Niño.

Anomalias de temperatura entre janeiro e março de 2012, com presença de La Niña, e de abril a dezembro sob neutralidade no Pacífico (NOAA)

Anomalias globais anuais 1950-2012 com indicativos de anos de Niño, Niña e neutralidade (NOAA)    

Quanto à chuva, o NOAA informou que depois dos dois anos mais chuvosos já registrados no mundo (2010 e 2011) pelo órgão, 2012 teve um balanço de precipitação próximo da média em áreas terrestres ao redor do globo. A agência de Meteorologia do governo americano, contudo, pondera que as anomalias de precipitação apresentam enormes variações de uma região para outra no planeta, casos da região Nordeste do Brasil e do Meio-Oeste dos Estados Unidos que tiveram um ano muito seco.

Fonte: http://www.metsul.com/blog2012

Abraços

Dakir Larara


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Segundo Metsul, agosto de 2012 foi o mais quente em Porto Alegre, desde o início das medições climatológicas de 1910

Segue na íntegra o excelente e importante artigo publicado pelo colega e amigo gremista fanático Alexandre Aguiar, membro da equipe da Metsul Meteorologia. O texto que segue está disponível em http://www.metsul.com/blog2012/. Espero que gostem da leitura.

Agosto bizarrro foi o mais quente da história em Porto Alegre

Não foi verão, mas quase. O terceiro mês mais frio da climatologia anual histórica do Rio Grande do Sul no ano de 2012 fugiu completamente ao padrão normal e apresentou o que a equipe da MetSul Meteorologia considerou um padrão atmosférico bizarro. Desvios em relação à média altos são mais comuns no inverno que no verão, mas o que se presenciou e se sentiu na pele em agosto aqui no Estado foi absolutamente insólito do ponto de vista histórico. Um número altíssimo de dias quentes e secos, o que trouxe conseqüências raras como índices de qualidade do ar inadequados na Grande Porto Alegre e o florescimento das árvores quase um mês antes da habitual, confundindo completamente a natureza (fotos de Paulo Nunes e Fabiano do Amaral do Correio do Povo).

Meses com temperatura incrivelmente acima da média, como agosto de 2012, são por demais raros. Porto Alegre teve o agosto mais quente desde o começo das medições em 1910. A média geral (composta) foi de 19,1ºC, 3,8ºC acima da normal, batendo agosto de 2001 que era o mais quente da série histórica com média de 18,7ºC. A média mínima na Capital de 14,7ºC (2,9ºC acima da normal) também é a maior em um século em agosto, batendo o recorde de 14,4ºC de 2001. A média máxima de 26,3ºC (6,0ºC acima da normal) foi a maior já vista no mês, liquidando o recorde de 2001 (25,0ºC). Exemplos do absurdo é que Bom Jesus teve uma média máxima de 21,2ºC, valor 0,9ºC acima da média máxima histórica de agosto de, atentem, Porto Alegre.

A média mínima na Capital de 14,7ºC (2,9ºC acima da normal) também é a maior em um século em agosto, batendo o recorde de 14,4ºC de 2001. A média máxima de 26,3ºC (6,0ºC acima da normal) foi a maior já vista no mês, liquidando o recorde de 2001 (25,0ºC). Exemplos do absurdo é que Bom Jesus teve uma média máxima de 21,2ºC, valor 0,9ºC acima da média máxima histórica de agosto de, atentem, Porto Alegre.

Caxias do Sul anotou uma média máxima em agosto de 2012 de 22,7ºC, acima das médias máximas de setembro (19,7ºC) e até outubro (21,6ºC) da cidade. O mesmo ocorreu em Encruzilhada do Sul com média das máximas em agosto de 24,0ºC, marca que supera as normais históricas (1961-1990) de máximas de setembro (19,5ºC) e outubro (22,3ºC), quase se aproximando da média histórica de novembro de 24,8ºC. Iraí terminou agosto (inverno) com média máxima de 27,2ºC, valor semelhante à média máxima histórica de fevereiro (verão) em Santa Vitória do Palmar que é de 27,4ºC. Campo Bom anotou 16 dias acima de 30ºC, em padrão de novembro, contra apenas dois dias com marcas acima de 30ºC em agosto do ano passado. 

Este recém findo agosto de 2012 foi muito semelhante, porém mais quente, ao que se experimentou em agosto no ano de 2001, também de marcas muito acima da média com recordes históricos que agora foram batidos. A semelhança na distribuição geográfica e intensidade das anomalias de temperatura entre agosto de 2001 e agosto de 2012 no território brasileiro, aliás, impressiona.

O grande responsável pelo calor persistente em agosto, segundo nossos meteorologistas, foi um padrão de bloqueio atmosférico entre a América do Sul e o Atlântico Sul em que a pressão atmosférica ficou acima da média entre o continente americano e a África. Com isso, frentes frias pouco progrediram e houve baixa freqüência de pulsos de ar frio nas latitudes médias. Isso determinou que agosto terminasse com chuva abaixo da média em grande parte do Estado. Foi o décimo mês seguido de chuva irregular no Estado, desde que em novembro de 2011 as precipitações começaram a ficar escassas. O bloqueio fez com que a instabilidade se mantivesse sobre o Centro da Argentina e o Uruguai. Algumas cidades da província de Buenos Aires registram o agosto mais chuvoso em, pelo menos, um século. No Noroeste gaúcho, a precipitação foi muito escassa. Desde que começou a operar a estação meteorológica em Iraí, em 1935, jamais havia sido registrado agosto tão seco. Foram ridículos 16,1 mm.

Anomalia de temperatura em agosto de 2012 em Santa Maria (gráfico) foi a maior dos últimos 12 meses, superando as de fevereiro e começo de março que já tinham sido muito altas e históricas

Curiosamente, e muito interessante, o último mês do inverno (março) nos Estados Unidos em 2012 foi o mais quente desde 1910. No mesmo ano, agosto também foi muito quente no Rio Grande do Sul com uma média mensal (composta) de 17,2ºC em Porto Alegre. O ano de 1910 foi de La Niña (condição do começo deste ano) e os meses de junho e julho tinham registrado dias muito gelados em Porto Alegre, tal como em 2012. Ocorre que em 2001, outro ano de agosto por demais quente no Rio Grande do Sul, março foi frio nas áreas onde em 2012 fez muito calor. Atribuição de causa e efeito ao fenômeno El Niño ou La Niña ou correlação simples com inverno do Hemisfério Norte, assim, por si só, não explicam o que se deu em agosto no Rio Grande do Sul.

Até que ponto um agosto tão quente se insere dentro da variabilidade natural do clima ? E até que ponto poderia ser atribuído às mudanças climáticas ou aquecimento global ? Este é um ponto dramático de se resolver e sem resposta. A ciência ainda debate se gases do efeito estuda contribuíram para eventos extraordinários de tempo quente como as ondas de calor da Europa de 2003, a épica de Moscou de 2010 ou a de março de 2012 registrada nos Estados Unidos (leia mais). Alguns estudos indicaram correlação com o aquecimento global e outros não. Trabalho americano publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciencese, em outubro de 2011, concluiu que o aquecimento local anotado em Moscou (Rússia) aumentou a expectativa de recordes por década em 500%. O estudo ainda determinou que existe 80% de chance que a onda de calor de julho de 2010 não teria se dado sem aquecimento global.

Abraços

Dakir Larara


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Nova Classificação Climática para o Rio Grande do Sul saiu do forno – por Maíra Rossato

Recentemente aprovada com louvor no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRGS, a tese intitulada “Os Climas do Rio Grande do Sul: variabilidade, tendências e tipologia” de autoria de Maíra Suertegaray Rossato apresenta, através de dados atualizados (1970-2007), o quadro climático do Estado a partir de uma nova classificação para os climas do RS.

Esta tese centrou-se no estudo analítico do clima do estado do Rio Grande do Sul (Brasil), com foco na variabilidade (espaço-temporal) dos elementos climáticos-meteorológicos e na abordagem de suas tendências. Associa-se a esta análise, o reconhecimento das variabilidades climáticas em escala regional para o período de 1931-2007, através da comparação das médias do período analisado com as normais climatológicas de 1931-1960 e 1961-1990.

A partir desta construção, busca-se a atualização do conhecimento da climatologia relativa ao Rio Grande do Sul, sintetizada a partir da elaboração de uma classificação climática que incorpora o uso de novas metodologias e tecnologias.

O método de classificação climática desenvolvido contemplou análises qualitativas e quantitativas, tendo por base a integração entre os elementos do clima e a circulação atmosférica de superfície (dinâmica das massas de ar), articulados a técnicas estatísticas e geoestatísticas.

Comparando as normais climatológicas do estado

A análise da variabilidade dos elementos climáticos para o período entre 1931 e 2007 indica que as temperaturas mínimas se elevaram em muitos lugares do RS, levando a uma redução da amplitude térmica. Com isso, revela-se o aumento das temperaturas médias em até 0,5oC, particularmente em algumas localidades da metade centro-norte do estado, sendo este aumento maior no período de 1970-2007.

Percebe um aumento da precipitação até a normal de 1961-1990, mas em muitas partes do RS, como na porção oeste do estado, a média seguinte aponta redução nos totais mensais e anuais. Localidades situadas no leste e extremo norte do estado registraram elevação dos totais das chuvas, principalmente na primavera e verão no período de 1970-2007.

A variabilidade identificada entre as médias relacionam-se com alguns dos ciclos ligados a eventos de macroescala encontrados nas séries temporais. A variabilidade dos totais pluviométricos registrados na comparação de médias pode ser explicada por ciclos, como os de ENOS, por exemplo. Os ciclos decenais e quinzenais que foram identificados em várias séries, principalmente nas de temperatura, de insolação e de pressão atmosférica podem explicar a variabilidade das médias, embora não sejam explicitados nos seus valores finais.

Tendências para a temperatura e precipitação

A análise de tendências lineares e polinomiais indicou tendências estatisticamente pouco importantes, uma vez que os coeficientes de correlação encontrados variam de fracos a moderados.

De forma geral, nota-se reduzida tendência de diminuição da amplitude entre as temperaturas máximas e mínimas em localidades situadas em todos os compartimentos geomorfológicos do RS. Essa redução se explica, principalmente, pela maior elevação das mínimas em relação às máximas, como no sudoeste, centro e nordeste do Estado, indicando uma pequena, mas possível diminuição dos núcleos frios do estado.

Em relação à precipitação e umidade, não foram registrados aumentos importantes nos totais pluviométricos mensais e nem nos dias de precipitação mensais para os 38 anos estudados. Os totais pluviométricos anuais, contudo, ratificaram, através da tendência linear, a possível elevação dos valores de chuva ao ano com tendência de concentração. Isto porque os pontos em que se identificou maior tendência de aumento localizavam-se no setor centro-leste da Depressão Central estendendo-se sobre o Planalto Basáltico, Escudo Sul-riograndense e Litoral.

A análise da tendência polinomial, entretanto, aponta pontos do estado em que há redução nos totais anuais a partir do final dos anos de 1990 e início de 2000. Localidades na Depressão Central, no norte e centro do Planalto Basáltico, além do extremo sul do Litoral registram esse decréscimo. Os municípios do leste do Planalto Basáltico, do Escudo Sul-riograndense e do Litoral apresentaram aumento de seus totais anuais a partir dos anos de 1990.

Estas distribuições diferenciadas acentuam características já identificadas em algumas regiões de falta ou de excesso de umidade, intensificando diferenças regionais através da concentração de precipitação.

Os Climas do Rio Grande do Sul

Com relação ao regime climático, pode-se dizer que os sistemas polares são os grandes dinamizadores dos climas do estado, em interação com os sistemas tropicais. Entretanto, é a partir da relação destes com os fatores geográficos locais e regionais, que se define a variabilidade espacial dos elementos do clima. A gênese das chuvas está, principalmente, associada aos sistemas frontais.

Com relação à tipologia climática, o estado do Rio Grande do Sul situa-se em área de domínio do Clima subtropical, subdividido em quatro tipos principais (clique na figura abaixo para ampliar!!):

Subtropical I – Pouco Úmido (Subtropical Ia – Pouco Úmido com Inverno Frio e Verão Fresco, e Subtropical Ib – Pouco Úmido com Inverno Frio e Verão Quente);

Subtropical II: Medianamente Úmido com Variação Longitudinal das Temperaturas Médias;

Subtropical III: Úmido com Variação Longitudinal das Temperaturas Médias; e

Subtropical IV – Muito Úmido (Subtropical IVa – Muito Úmido com Inverno Fresco e Verão Quente, e Subtropical IVb – Muito Úmido com Inverno Frio e Verão Fresco).

O Rio Grande do Sul apresenta regiões climaticamente bem diferenciadas, evidenciando certa heterogeneidade, ao contrário de grande parte das classificações climáticas mais conhecidas do estado.

Esse mapeamento climático revela dados interessantes, na medida em que evidencia distribuição espacial desigual das chuvas, permitindo observar, por exemplo, uma menor umidade em parte da região denominada Campanha no RS (reverso da Cuesta do Haedo), resultado da distribuição irregular que em determinados anos se releva em períodos com anomalias negativas de precipitação constatados pela população e amplamente divulgados pelos meios de comunicação.

Da mesma forma este processo se revela importante na decifração das características do clima do sul do estado permitindo uma melhor compreensão das anomalias negativas da precipitação na região de Bagé e seu entorno, no Escudo Sul-riograndense. Anomalias que se revelam também no litoral sul e que tem sua gênese associada à influência da corrente fria das Malvinas que promove mais estabilidade.

Outro ponto significativo é o papel do processo de urbanização do leste do estado revelador de uma área de temperaturas médias mais altas, mesmo tendo esta área influência da maritimidade.

É importante mencionar que esta tese traz como resultado uma classificação climática em escala regional para um período recente que inovou ao incluir na metodologia analises quantitativas e qualitativas em diferentes escalas temporais e que procura apresentar de forma simples e direta as características importantes de diferentes porções do estado. Isso fez com que os quatro tipos e dois subtipos climáticos sejam bem representativos do RS.


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Pirocumulonimbus: super nuvem supera força de um vulcão

Olá Pessoas!!! O texto a seguir é no mínimo curioso.

Vale a rápida leitura!

Uma cumulonimbus é uma nuvem impressionante – uma torre gigantesca em forma de bigorna, que pode chegar por volta dos 12km de altura, disparando raios, ventos e chuvas.

Adicione fumaça e fogo a essa mistura e você terá uma pirocumulonimbus, um verdadeiro dragão das nuvens, capaz de cuspir fogo, gerando uma tempestade explosiva realmente criada pela fumaça e pelo calor do fogo, capaz de devastar milhares de hectares. E, nesse processo, a tempestade de pirocumulonimbus vai criar um funil que, como uma chaminé, levará sua fumaça até a estratosfera da Terra, com efeitos adversos duradouros.

Uma pirocumulonimbus combina fumaça e fogo com as características de uma tempestade violenta. Poluentes dessas tempestades são canalizados até a estratosfera. [Imagem: Naval Research Lab/Mike Fromm]

Nuvem dragão

Estudando esses dragões das nuvens, que cospem o fogo que as gera para áreas enormes, os cientistas agora acreditam que estas tempestades intensas podem ser a fonte do que anteriormente se acreditava serem partículas vulcânicas arremessadas até a estratosfera. Eles também sugerem que as pirocumulonimbus aparecem com mais frequência do que se pensava, e afirmam que elas são responsáveis por um grande volume dos poluentes aprisionados na atmosfera superior da Terra.

“Um pirocumulonimbus individualmente pode injetar partículas na baixa estratosfera em altitudes de até 16 km,” afirma o Dr. Glenn K. Yue, um cientista atmosférico do Centro de Pesquisas Langley, da NASA. Yue é um dos oito autores de um artigo sobre pirocumulonimbus, publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana, intitulado “A História Não Contada das Pirocumulonimbus”.

Nuvem vulcânica

O artigo reavalia dados anteriores para concluir que muitos eventos de poluição na estratosfera têm sido erroneamente atribuídos a partículas de erupções vulcânicas. Três “fenômenos de nuvens misteriosas” foram citados como exemplos que foram na verdade o resultado de tempestades pirocumulonimbus, incluindo um inicialmente atribuído à erupção de 1991 do Monte Pinatubo, nas Filipinas. A coluna de fumaça que se pensava ter sido criada pelo Pinatubo foi, concluem eles, de uma tempestade pirocumulonimbus no Canadá.

Uma razão para essa interpretação errônea, diz Yue, é que os cientistas acreditavam que nenhum fenômeno natural teria tanta energia quanto uma erupção vulcânica para penetrar a “tropopausa” da Terra em um período tão curto de tempo. A tropopausa é a barreira entre a atmosfera baixa e a estratosfera.

Imagem real de uma pirocumulonimbus registrada no dia 19 de Junho de 1991 em Quebec, no Canadá. [Imagem: Fromm et al.]

Chuva de fogo

Yue e seus colegas reavaliaram dados do instrumento SAGE II, a bordo do Earth Radiation Budget Satellite satélite. O SAGE II foi lançado em 1984 e desativado em 2005.

“Nosso trabalho também mostra que as pirocumulonimbus acontecem com mais frequência do que as pessoas imaginam,” acrescenta Yue. Em 2002, por exemplo, vários instrumentos de sensoriamento detectaram 17 eventos distintos de pirocumulonimbus apenas na América do Norte. Os seres humanos têm sido responsáveis por muitas tempestades pirocumulonimbus, diz Mike Fromm, primeiro autor do artigo.

O pior incêndio da história do Colorado foi iniciado por um funcionário do serviço florestal “e dentro de 24 horas houve uma tempestade pirocumulonimbus,” diz Fromm, um meteorologista do Laboratório de Pesquisas Navais em Washington. Impulsionado pela tempestade que que ele próprio gerou, o incêndio de 2002 destruiu 138.000 acres (558,5 quilômetros quadrados) em quatro municípios, deslocou mais de 5.000 pessoas de suas casas e causou seis mortes.

Se as ações humanas influenciam a atividade das pirocumulonimbus o suficiente para afetar significativamente o clima global é uma questão em aberto. Acredita-se que a atividade humana cause o aquecimento global, que aumenta o número de incêndios florestais.

“É uma história convincente. Mas não sabemos o bastante para dizer se há provas suficientes disso,” diz Fromm.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br