Blog do Daka

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Fazenda espacial começará a ser testada na Antártica

Éden no espaço

Enquanto procuram ardentemente por exoplanetas na zona habitável, os humanos também se dedicam cada vez mais a preparativos para viver fora da zona habitável da Terra.

Isso inclui primariamente as viagens espaciais, certamente, mas não só. As preocupações ambientais estão levando cada vez mais pesquisadores para as regiões polares, e lá também é difícil manter laboratórios “sustentáveis” – que possam produzir seu próprio alimento, pelo menos.

A DLR, a agência espacial da Alemanha, está desenvolvendo fazendas modulares que possam ser enfiadas dentro de invólucros adequados a cada uma dessas situações.

O protótipo da estufa “Estufa Eden ISS” será testado na estação polar alemã Neumayer III, na Antártica, mas o projeto já prevê a nova etapa, em que tudo será acondicionado em formato de tubo e enviado ao espaço – primeiro para a Estação Espacial Internacional (daí o ISS no nome desse “jardim do Éden” miniaturizado) e, mais no futuro, para a Lua ou Marte.

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A Antártica será o primeiro passo para a aestufa alimentar humanos no espaço, na Lua e em marte (Fonte: DLR)

Aeroponia

“Primeiro de tudo, precisamos fornecer as necessidades básicas das plantas na estufa polar, que não podem ser presumidas como existentes na Antártica,” explicou Paul Zabel, coordenador do projeto. “Tubos para fornecer água em quantidades adequadas, lâmpadas para fornecer a luz adequada e até filtros e bicos para aspergir uma solução promotora do crescimento [das plantas] devem ser colocados e postos para funcionar.”

Afinal, manter a água em estado líquido é um desafio nos -30º C da Antártica, e as plantas vão precisar de luz durante a escuridão da noite polar, que dura meses. Isto sem contar um isolamento térmico que permita uma temperatura adequada aos vegetais. Sem dúvida, um bom teste para uma estufa espacial.

As plantas serão cultivadas por um processo chamado aeroponia: “A água não é fornecida diretamente às plantas, ela é controlada por computador para adicionar uma solução especial de nutrientes. A cada cinco a 10 minutos, as plantas são aspergidas automaticamente com essa mistura de água e nutrientes, de forma que elas podem ser cultivadas completamente sem solo,” explicou Zabel.

Além de evitar problemas de contaminação, o cultivo aeropônico evita a necessidade de carregar grandes quantidades de solo, e a água pode ser reutilizada continuamente.

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Todo o sistema já foi projetado para ser construído na forma de um laboratório espacial, que possa ser anexado à Estação Espacial Internacional ou a uma nave de longo alcance. (Fonte: DLR)

Agricultor do futuro

E enquanto a fama do CO2 vai de mal a pior por conta do aquecimento global, o gás da vida – as plantas respiram dióxido de carbono – terá que ser levado em cilindros pressurizados, o que ajudará a manter o ambiente livre de germes e esporos – com a ajuda de um conjunto de filtros e um sistema de esterilização por ultravioleta. Isto porque, já prevendo o uso da estufa no espaço, o circuito de fornecimento de ar é completamente fechado, incluindo uma escotilha, pela qual Zabel entrará diariamente na estufa para monitorar tudo e, eventualmente, fazer a colheita.

Todo o sistema está sendo montado em um laboratório da DLR na cidade de Bremen, onde serão feitos testes iniciais sem os rigores das “zonas inabitáveis”. A estufa polar deverá ser levada para a Antártica em Outubro de 2017.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br


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O que aconteceria se os humanos desaparecessem do planeta?

Buenas caro amigo… No caso de você ser o último indivíduo da espécie humana restante da Terra, irá presenciar um verdadeiro colapso.

Nós sabemos que a espécie humana é responsável por grandes danos ambientais, injustiças, desastres e catástrofes. Mas também, mesmo que às vezes custemos a acreditar, é responsável por grandes invenções e avanços tecnológicos que mudaram completamente o curso dos processos ambientais e, também, do entendimento sobre muitas coisas relativas ao nosso próprio Planeta.

Claro que somos menos de um grão de areia no universo conhecido, mas se você acredita que somos totalmente insignificantes, sobretudo para o Planeta, confira este vídeo que explica o que aconteceria se desaparecêssemos. Vale o play!!!

Para selecionar a legenda em Português BR, basta clicar no ícone “Settings” e no referido idioma em “Subtitles/CC”.

Abraços

Dakir Larara


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Bioasfalto: asfalto verde substitui petróleo por óleo vegetal

Ao estudar os efeitos da adição de óleo vegetal ao asfalto comum, um engenheiro norte-americano pode ter descoberto um asfalto verde, um possível substituto para o asfalto à base de petróleo.

O professor Christopher Williams, da Universidade do Estado de Iowa, estava testando composições capazes de aguentar melhor as intensas variações de temperatura a que os asfaltos estão sujeitos, sobretudo no Hemisfério Norte, com nevascas severas onde não nevava há anos, e verões que batem recordes de temperatura ano após ano.

Os ganhos do asfalto verde começaram a ser verificados já na aplicação, uma vez que o bioasfalto pode ser aplicado a uma temperatura menor do que o asfalto tradicional de petróleo.[Imagem: Mike Krapfl/Iowa State University]

Mas o resultado foi muito melhor do que o esperado – o asfalto não apenas assimila uma parcela maior de bio-óleo do que o esperado, como também sua qualidade aumenta muito, em condições de rodagem e em durabilidade.

Bioasfalto

Nasceu então o bioasfalto, cujos primeiros testes começaram a ser feitos neste mês. Os ganhos começaram a ser verificados já na aplicação, uma vez que o bioasfalto pode ser aplicado a uma temperatura menor do que o asfalto tradicional de petróleo. Como esses primeiros testes serão focados na durabilidade e na resistência às variações de temperatura, os pesquisadores escolheram uma ciclovia na própria universidade como laboratório. O monitoramento sobre o bioasfalto será feito durante um ano, para cobrir todas as estações.

O professor Williams afirma que o bioasfalto permite que a mistura à base de petróleo seja substituída parcialmente por óleos derivados da biomassa de diversas plantas e árvores.

Pirólise rápida

O bio-óleo utilizado no bioasfalto é criado por um processo termoquímico chamado pirólise rápida, no qual talos de milho, resíduos de madeira ou outros tipos de biomassa são aquecidos rapidamente em um ambiente sem oxigênio. O processo produz um óleo vegetal líquido que pode ser usado para a fabricação de combustíveis, produtos químicos e asfalto. Além disso, o processo gera ainda um produto sólido chamado biocarvão – um carvão vegetal – que pode ser usado para enriquecer os solos e para remover gases de efeito estufa da atmosfera.


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Ecologia e Conservação da Natureza – Aula do dia 2/10 e Textos de Apoio

Olá pessoas!!! Está disponível para download imediato a aula em PPT, bem como os textos de apoio. Durante a semana que vem irei postar os textos para os seminários da aula do dia 9/10.

Abraços e beijos.

Aula em PPT dia 2/10 – Noções de conservação da natureza; unidades de conservação; implantação, planejamento e gestão de UC’s; corredores ecológicos.

Texto 1 – A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS PARA ÁREAS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS

Texto 2 – BIODIVERSIDADE E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Dakir Larara


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A História das Coisas

Olá pessoas!!! Pegando uma dica do aluno Marco Contreiras, da disciplina de Organização do Espaço Mundial, estou compartilhando um vídeo extremamnte bem feito que faz toda uma crítica ao nosso modo/estilo de vida, sob a perspectiva de uma cidadã estadunidense.

O vídeo está dublado, mas creio que sintetiza extremamante bem a ideia original. Mesmo sendo um pouco longo, ele é sensacional, pois consegue trabalhar muitas questões (economia tradicional e suas limitações, relação sociedade/natureza, ambiente e recursos naturais, etc.)

Enfim… Assistam e depois façam suas observações.

Abraços e beijos!!


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Radiação solar está causando redução da termosfera terrestre

Influências do Sol

Grandes mudanças na produção de energia no Sol estão causando flutuações dramáticas na camada externa da atmosfera da Terra.

A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra.[Imagem: NASA]

Um estudo recém-publicado na revista Geophysical Research Letters, financiado pela NASA e pela National Science Foundation (NSF), faz uma associação direta entre um encolhimento recente de uma camada da alta atmosfera da Terra com uma queda acentuada nos níveis de radiação ultravioleta emitidas pelo Sol. A pesquisa indica que o ciclo magnético solar, que produz números variáveis de manchas solares ao longo de ciclos de cerca de 11 anos, pode variar mais do que se pensava anteriormente.

“Esta pesquisa apresenta um argumento convincente para a necessidade de se estudar o sistema acoplado Sol-Terra”, afirmou Farzad Kamalabadi, da NSF, “e ilustra a importância da influência solar sobre o nosso ambiente terrestre, com implicações fundamentais tanto científicas quanto em termos de consequências sociais.”

Navegação espacial

As descobertas podem ter implicações para os satélites em órbita, bem como para a Estação Espacial Internacional. Por um lado, o fato de que a camada superior da atmosfera, conhecida como termosfera, se encolhe e fica menos densa, significa que os satélites podem manter mais facilmente suas órbitas, permanecendo no espaço por mais tempo e desfrutando de uma vida útil maior. Por outro, isso indica que o lixo espacial e outros objetos que apresentam riscos para a “navegação espacial” também podem ficar por mais tempo na termosfera do que se calculava.

Termosfera

Os dados demonstraram que o que se convencionou chamar de “mínimo solar” não é uma situação padrão, mas varia de um ciclo para outro. Ou seja, os mínimos solares não são iguais entre si. A produção de energia no Sol caiu a níveis anormalmente baixos entre 2007 e 2009, um mínimo solar particularmente prolongado, durante o qual praticamente não ocorreram manchas solares ou tempestades solares.

Durante esse período de baixa atividade solar, a termosfera terrestre encolheu mais do que em qualquer momento desde que ela é monitorada, ao longo dos últimos 43 anos da chamada era espacial. A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra. Ela geralmente esfria e se torna menos densa durante períodos de atividade solar muito baixa.

Mas a magnitude da queda de densidade da termosfera durante o mínimo solar mais recente foi cerca de 30 por cento maior do que seria de se esperar mesmo com a baixíssima atividade solar verificada.

Influência do CO2

O estudo também mostrou que a variação da termosfera sofre pouca influência do nível de dióxido de carbono ( CO2) na atmosfera terrestre. Os cálculos anteriores estimavam que o gás de efeito estufa estaria reduzindo a densidade da camada externa da atmosfera entre 2 e 5 por cento por década.

Estudando um período de 13 anos (1996 a 2008, inclusive), eles verificaram que a termosfera esfriou 41 kelvin (K) no período, com apenas 2 K atribuíveis ao aumento do dióxido de carbono. Quando à densidade da termosfera, os resultados mostraram uma diminuição de 31 por cento, com apenas 3 por cento atribuídos ao dióxido de carbono.

“Agora está claro que o recorde de baixa temperatura e densidade foram primariamente causados por níveis anormalmente baixos de radiação solar na faixa do ultravioleta extremo,” diz Stanley Solomon, um dos autores do estudo.

Super mínimos

Os pesquisadores também afirmam que seus dados indicam que o Sol pode estar passando por um período de atividade relativamente baixa de longo prazo, semelhantes aos períodos verificados no início dos séculos 19 e 20.

“Então esperamos ter ciclos solares menos intensos nos próximos 10 a 30 anos,” disse Thomas Woods, coautor do trabalho.

Esta conclusão está de acordo com dados de outra pesquisa publicada nesta semana, segundo a qual as manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016.


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Textos da Aula do dia 18/09 disponíveis!!

Alô, alô alunos de Ecologia e Conservação da Natureza. Está disponível para download imediato, os textos que iremos trabalhar no nosso encontro do dia 18/09.

Texto 1 -> Capítulo 2 – Ameaças à Diversidade Biológica (Livro – Biologia da Conservação)

Texto 2 -> Biodiversidade e Extinção


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Comitê Propõe Mudanças Gerenciais e Científicas no IPCC

Reforma fundamental

O IPCC precisa reformar fundamentalmente sua estrutura gerencial e fortalecer seus procedimentos para que possa lidar com avaliações climáticas cada vez mais complexas, bem como com uma intensa demanda pública a respeito dos efeitos das mudanças climáticas globais.

A conclusão é de um comitê independente de especialistas reunido pelo InterAcademy Council (IAC), organização que reúne academias de ciências de diversos países, e está em relatório entregue nesta segunda-feira (30/8), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao presidente do conselho do IPCC, Rajendra Pachauri.

O relatório, intitulado Climate change assessments: review of the processes and procedures of the IPCC, foi produzido por 12 especialistas coordenados pelo economista Harold Shapiro, ex-reitor das universidades Princeton e de Michigan, nos Estados Unidos.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), integra o comitê indicado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), uma das academias de ciência que aprovaram o relatório.

Controvérsias científicas

Como a análise do comitê de especialistas convocado pelo IAC foi solicitada em parte por problemas no mais recente relatório do IPCC, o comitê também examinou os processos de revisão adotados pelo painel.

A conclusão é que o processo é eficaz, mas o comitê sugere que os procedimentos de revisão empregados atualmente sejam fortalecidos de modo a minimizar o número de erros. Para isso, o IPCC deveria encorajar seus editores a exercer sua autoridade de modo que todas as conclusões fossem consideradas adequadamente.

Os editores também deveriam garantir que os relatórios abordem controvérsias genuínas e que a consideração devida seja dada a pontos de vista conflitantes e propriamente bem documentados. Os autores principais deveriam documentar explicitamente que a mais completa gama de abordagens científicas foi considerada.

O uso da chamada “literatura cinza” (de trabalhos científicos não publicados ou não revisados por pares) tem sido bastante discutido, mas a análise do IAC destaca que frequentemente tais fontes de dados e informações são relevantes e apropriadas para utilização nos relatórios do IPCC.

“O IPCC já tem uma norma sobre uso criterioso de fontes de informação sem revisão por pares. O relatório do comitê de revisão confirma que esse tipo de fonte pode ser usado, desde que sejam seguidas as normas estritas já existentes e que protegem a qualidade científica das conclusões”, disse Brito Cruz.

Os problemas ocorrem quando os autores não seguem as normas do painel para a avaliação de tais fontes ou porque tais normas são muito vagas. O comitê recomenda que as normas sejam revisadas de modo a se tornarem mais claras e específicas, principalmente na orientação de que dados do tipo sejam destacados nos relatórios.

Definição das incertezas

O comitê também sugere que os três grupos de trabalho do IPCC sejam mais consistentes nos momentos de caracterizar as incertezas. No relatório de 2007, o comitê identificou que cada grupo usou uma variação diferente das normas do painel sobre incertezas e que as próprias normas não foram sempre seguidas.

O relatório do grupo de trabalho 2, por exemplo, continha conclusões consideradas como de “alta confiança”, mas para as quais havia pouca evidência. O comitê recomenda que os grupos de trabalho descrevam a quantidade de evidência disponível bem como as discordâncias entre os especialistas.

“O relatório do comitê sugere atenção para levar em consideração as diferentes opiniões baseadas em fatos com base científica e para considerar atentamente o uso da literatura científica revisada por pares em línguas que não a inglesa. A intenção é tornar o relatório o mais abrangente possível”, disse Brito Cruz.

A demora do IPCC em responder a críticas sobre as conclusões de seu relatório de 2007 faz da comunicação um assunto crítico para o painel, de acordo com o comitê de revisão.

Os 12 especialistas recomendam que o IPCC complete e implemente a estratégia de comunicação que está em desenvolvimento. Essa estratégia deve se pautar na transparência e incluir um plano de contingência para respostas rápidas e eficazes em momentos de crise.

Segundo o comitê, como o escrutínio intenso por parte dos responsáveis pela formação de políticas públicas, bem como do público em geral, deverá continuar, o IPCC precisa ser “o mais transparente possível no detalhamento de seus processos, particularmente nos seus critérios de seleção de participantes e no tipo de informação científica e técnica utilizado”, disse Shapiro.

Gerente do tempo

“O comitê fez recomendações sobre a governança do IPCC, funções e limites dos mandatos de dirigentes do painel e enfatizou o debate e a valorização de ideias contraditórias. A análise feita trata de como lidar com as incertezas e recomenda cuidado com a avaliação de impactos”, disse Brito Cruz.

A análise do IAC faz diversas recomendações para que o IPCC melhore sua estrutura gerencial, entre as quais estabelecer um comitê executivo que atue em nome do painel e garanta a manutenção de sua capacidade de tomar decisões.

“Para aumentar sua credibilidade e a independência, esse comitê executivo deveria incluir especialistas externos, não ligados ao IPCC e nem mesmo à comunidade mundial dos cientistas climáticos”, disse Shapiro.

O IPCC também deveria ter um diretor executivo que liderasse o secretariado do painel. Esse diretor seria o responsável pelas operações diárias e falaria em nome do IPCC. Segundo a análise do IAC, o atual secretário do IPCC não tem os níveis de autonomia e responsabilidade equivalentes aos dos diretores executivos de outras organizações.

Os mandatos do presidente do conselho e do novo diretor executivo também deveriam ser menores do que os dos atuais coordenadores do IPCC, limitando-se ao período de produção e divulgação de cada relatório, de modo a manter a variedade de perspectivas e o frescor das abordagens em cada relatório – o mandato atual do presidente do conselho é de até 12 anos.

A revisão do IPCC foi solicitada pelas Nações Unidas. O comitê revisou os procedimentos empregados pelo painel na preparação de seus relatórios. Entre os assuntos analisados estão o controle e a qualidade dos dados utilizados e a forma como os relatórios lidaram com diferentes pontos de vista científicos.

“Operar sob o foco do microscópio do público da forma como o IPCC faz exige liderança firme, a participação contínua e entusiástica de cientistas destacados, capacidade de adaptação e um comprometimento com a transparência”, disse Shapiro.

O IPCC foi estabelecido em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente com o objetivo de auxiliar na formulação de políticas públicas a partir da divulgação de relatórios sobre os aspectos científicos conhecidos sobre as mudanças climáticas, os impactos globais e regionais dessas mudanças e as alternativas de adaptação e mitigação.

Conflitos de interesse

Após a divulgação de seu primeiro relatório, em 1990, o IPCC passou a ganhar a atenção e o respeito do público, a ponto de ter sido premiado com o Nobel da Paz de 2007. No entanto, com a divulgação do relatório de 2007, o painel de especialistas passou a ser alvo de questionamentos a respeito de suas conclusões.

O crescente debate público sobre a exatidão dos relatórios levou a ONU a solicitar ao IAC uma revisão do IPCC e recomendações sobre como fortalecer os procedimentos e processos do painel para os próximos relatórios.

A análise do IAC também recomenda que o IPCC adote uma política rigorosa para evitar conflitos de interesse entre as lideranças do painel, autores, revisores e responsáveis pela publicação dos relatórios.

Para a produção de sua análise, o comitê de especialistas consultou não apenas o próprio IPCC, mas também pesquisadores de diversos países que participaram na produção dos relatórios, bem como cientistas que criticaram os procedimentos adotados pelo painel em suas conclusões.

O público em geral participou da avaliação, por meio de questionários publicados na internet. O comitê também realizou diversas reuniões, inclusive no Brasil, para chegar às suas considerações.

O relatório do comitê do IAC e mais informações podem ser lidos em: http://reviewipcc.interacademycouncil.net.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br


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Aulas Iniciais e Materiais de Ecologia e Conservação da Natureza

Olá queridos alunos da Pós-Graduação em Educação Ambiental: Geografia e Cultura. Já está disponível, para download imediato, as aulas iniciais (primeira -28/08-, segunda semipresencial -03/09- e a terceira -04/09-) da disciplina de Ecologia e Conservação da Natureza.

É só clicar nos links para que vocês baixem os arquivos.

Instruções básicas:

a) Sobre a aula semipresencial do dia 03/09, vocês devem realizar a leitura do artigo e fazer a atividade que está descrita no arquivo em formato DOC.

b) Sobre a aula do dia 04/09, está disponível em formato PPT, bem como o artigo/texto (PDF)  que complementará as informações sobre os slides. É só preciso fazer a leitura desse material que irei retomar no nosso próximo encontro.

Aula 1 (28/08) ->SLIDES & TEXTO COMPLEMENTAR<-

Aula 2 (03/09 – Semipresencial) ->TEXTO & ATIVIDADE<-

Aula 3 – (04/9) ->SLIDES & TEXTO COMPLEMENTAR<-

No mais era isso pessoas!!! Abraços e beijos a todos!!!

Dakir Larara

P.S.: Tem um vídeo bem interessante (do Climatologista, Dr. Luiz B. Molion) logo abaixo que, além de falar sobre a temática do aquecimento global (uma outra visão), fala também sobre as incertezas sobe a produção de CO2 . No mínimo curioso e nos faz refletir!!!


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MIT Questiona Modelos Climáticos do IPCC

Papel dos aerossóis

Novas pesquisas do MIT (Massachusetts Institute of Technology) mostram que os aerossóis não apenas esfriam, mas também aquecem o planeta – uma descoberta que pode ofuscar a validade dos modelos de mudança climática.

Exatamente o quanto a Terra se tornará mais quente como resultado das emissões de gases de efeito de estufa – e o quanto ela se aqueceu desde os tempos pré-industriais – são alvos de debates intensos.

Em seu relatório de 2007, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) órgão formado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar as mudanças climáticas, afirma que a temperatura da superfície do planeta subirá entre 1,8 e 4,0 graus Celsius até 2100, com uma melhor estimativa situando-se entre 1,1 e 6,4 graus, compreendendo os dois cenários avaliados.

Tendência para o aquecimento

No entanto, os modelos computadorizados do IPCC têm uma tendência de superestimar o aquecimento: se os modelos do IPCC estivessem corretos, hoje o planeta deveria ser mais quente do que é de fato.

O IPCC atribui a discrepância aos aerossóis – partículas microscópicas na atmosfera que são criadas tanto naturalmente (poeira soprada pelos ventos do deserto) como pela atividade humana (gotículas de líquido produzidos pela queima de combustíveis).

Como os aerossóis ajudam as gotículas das nuvens a se transformar em partículas de gelo, que refletem a luz solar de volta para o espaço, eles ajudam a esfriar a Terra e, possivelmente, reduzir o aquecimento causado pelas emissões.

Mas Richard Lindzen, professor de meteorologia do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, está entre aqueles que questionam a precisão dos modelos do IPCC, criticando sobretudo o argumento dos aerossóis.

Em um artigo publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences, Lindzen e seu colega Choi Yong-Sang sugerem que os aerossóis não apenas refrigeram o sistema Terra-atmosfera – o sistema pelo qual a atmosfera e os oceanos interagem e afetam o clima global -, mas também aquecem esse sistema.

Problema dos aerossóis

Ao descrever os potenciais efeitos antagônicos dos aerossóis a pesquisa questiona os modelos do IPCC porque, se os aerossóis de fato aquecem o planeta, eles não podem ser usados como explicação para um pretenso resfriamento real em relação ao aquecimento que os modelos estipulam. Os modelos do IPCC dizem que a Terra deveria ser mais quente do que é na realidade hoje – a explicação, diz o IPCC, deve-se aos aerossóis, que esfriam o planeta. A pesquisa do MIT afirma que os aerossóis na verdade aquecem o planeta, o que deixa os modelos do IPCC com problemas em má situação.

“Os modelos climáticos atuais geralmente superestimam o aquecimento atual e assumem que o aquecimento excessivo é cancelado pelos aerossóis”, dizem os pesquisadores em seu artigo. “[Nossa pesquisa] oferece um exemplo potencialmente importante de que o efeito secundário é de aquecimento, reduzindo assim a capacidade dos aerossóis para compensar o aquecimento excessivo nos modelos atuais.” Ou seja, o grau em que os aerossóis podem compensar as superestimativas dos modelos de aquecimento permanece em aberto, sugere a pesquisa.

Thomas Stocker, copresidente do Grupo de Trabalho I do IPCC, que está examinando os aspectos científicos físicos do sistema climático e das alterações climáticas, não quis comentar o estudo, mas disse que a pesquisa de Lindzen e Choi é parte relevante do trabalho revisado pelos pares que o grupo irá avaliar no seu Quinto Relatório de Avaliação das mudanças climáticas, a ser publicado em 2013.

Aerossóis e a formação das nuvens

Em sua pesquisa, Lindzen e Choi analisaram dados sobre a formação das nuvens e aerossóis de poeira – pequenas partículas de areia e silicato na atmosfera – que foram coletados pelo satélite climático CALIPSO, de junho de 2006 a maio de 2007.

As análises revelaram que havia cerca de 20 por cento menos partículas de nuvem “super-resfriadas” – gotículas que são uma mistura de água e gelo, mas refletem mais luz solar do que o gelo – em regiões onde os aerossóis de poeira estavam presentes. Essa diferença, sugerem Lindzen e Choi, poderia aquecer a atmosfera nessas regiões.

Segundo os pesquisadores, a redução nas partículas super-resfriadas ocorre quando os aerossóis viajam para uma camada da atmosfera onde a temperatura é de cerca de menos 20 graus Celsius, e “efetivamente matam” as gotículas super-resfriadas das nuvens, fazendo-as formar gelo. Poucas gotículas de nuvem super-resfriadas significa que as nuvens refletem menos luz solar, o que pode ter um efeito de aquecimento no clima.

Este efeito, acreditam os pesquisadores, deve ser incorporado nos modelos de mudança climática. “O IPCC assume que todos os efeitos secundários dos aerossóis sejam no aumento da reflexividade, o que tem deixado de fora um fator muito importante que pode levar ao efeito oposto”, diz Lindzen.

Incertezas da sensibilidade climática

O trabalho é importante para o debate sobre o aquecimento global porque lança luz sobre as incertezas da sensibilidade climática, que é o termo que o IPCC usa para descrever as mudanças que uma duplicação do dióxido de carbono teria sobre as temperaturas médias globais (o relatório do IPCC de 2007 prevê que a mudança deve ser entre 2 e 4,5 graus Celsius até o final do século, com uma melhor estimativa de cerca de 3 graus Celsius).

De acordo com o climatologista Trude Storelvmo, da Universidade de Yale, “o efeito dos aerossóis sobre o clima, em especial através da sua influência sobre as nuvens, representa atualmente a força mais incerta da mudança climática”.

Embora os modelos do IPCC assumam que os aerossóis resfriam o sistema Terra-atmosfera, a cientista de Yale adverte que “a menos que possamos quantificar este suposto resfriamento dos aerossóis, contrariando o aquecimento devido ao aumento dos gases estufa, não podemos dizer qual é a sensibilidade climática do sistema Terra-atmosfera.”

Como os dados dos satélites podem ser limitados, ela sugere que pesquisas futuras devem incluir medições dos aerossóis e propriedades das nuvens coletadas por instrumentos a bordo de aviões voando na atmosfera superior. Ela acha que esta combinação poderia ajudar a resolver uma questão que permanece sem resposta no artigo: por que poucas nuvens super-resfriadas foram detectadas sobre a América do Sul, ainda que o satélite não tenha detectado poeira ou aerossóis de carbono sobre aquela região.

Lindzen concorda que os cientistas do clima não podem se basear exclusivamente nas técnicas de sensoriamento remoto para obter “dados sólidos e irrefutáveis” sobre os aerossóis e as nuvens. Mesmo assim, ele está ansioso pelo lançamento de satélites e instrumentos melhores, para que ele e seus colegas possam reunir o máximo de dados possível sobre como as nuvens evoluem “de forma que possamos apontar melhor o que os aerossóis fazem.”

Até que os cientistas descubram a peça que falta no quebra-cabeças da mudança climática, será difícil prever os efeitos do aquecimento no futuro.

Fonte: Inovação Tecnológica.

Pois é… Mais lenha na fogueira na temática sobre as mudanças climáticas, hehehe!